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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

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Elogio leviano

“No elogio há mais impertinência do que na censura.” Nietzsche

Quando um artista espera da plateia,
que o aplauda de pé, agradecida,
o pano do teatro empresta à vida
toda ansiedade da estreia.

E assim se dá início a odisseia,
desde o camarim até a coxia,
quando a ansiedade asfixia,
como tomasse conta da traqueia.

A palma é um tipo de elogio,
que difere da vaia por um fio
tão tênue e tão pobre de lisura,

que juntas se misturam ao aplauso,
cada uma a contar seu próprio causo,
sem, no entanto, apor assinatura.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/09/2020
Alterado em 21/01/2022
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