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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Linguagem (Nietzscheanismo poético)

“Aquele que se sabe profundo esforça-se por ser claro; aquele que gostaria de parecer profundo à multidão esforça-se por ser obscuro” Nietzsche

Quem lê e não entende uma só linha,
mas sabe desfrutar da poesia,
pode quebrar a vil monotonia
do rei, que dorme ao lado da rainha.

O rei que tem a pele, como a minha,
exposta às intempéries da coroa:
os súditos reais e suas loas,
ao som de tediosa ladainha.

Quem lê e interpreta um poema
há de viver à sombra de um dilema
de quase impossível solução:

entrar no pensamento do poeta,
e descobrir a fórmula secreta
de dar clareza ao dom da criação.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/09/2020
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