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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Lágrima poética

Apenas uma dose de veneno
e serás morta assim, tal como eu.
De certo não te lembras que doeu
o beijo que escondeu o teu aceno.

Mas este mundo grande é tão pequeno,
que todas as nossas dores servirão
de lenimento à dor do coração
e nosso amor, enfim, restará pleno.

E, então, não saberei se quem morreu
foi o amor ou foi a solidão!
se foi mesmo verdade ou ilusão,
o beijo que calou o teu adeus.

Mas, do teu seio, levo em minha mão
o mosto lacrimoso que verteu.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 12/11/2020
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