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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Silos do Parnaso (reedição da oficina poética)

Colhi milhões de versos e guardei-os
nos silos majestosos do Parnaso!
Um dia descobri, por um acaso,
que os versos que guardei eram alheios.

Alguns foram roubados de Picasso,
outros de Portinari e Caravaggio.
Portanto, todos eles eram plágio:
a arte copiada passo a passo.

Certo dia plantei, em um poema,
um verso que exprimia a dor suprema
do parto natural da poesia.

Colhi a poesia por inteiro,
que tinha a minha cara, o meu cheiro
e tudo mais que a dor me propicia.

Colhi também o que não me cabia 
como ladrão, poeta ou jardineiro.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/12/2020
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