No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Um frevo sem sobrinha...

Imagine um gajo recifense,
ilustre folião pernambucano,
amigo do poeta lusitano
que tenta convencê-lo e não convence.

Imagine que o gajo ainda pense,
que o tempo não deu tempo de crescer
e que, portanto, ainda pode ser
o mesmo idealista adolescente.

Imagine este gajo em Lisboa,
como se fosse um verso de Pessoa
numa noite de céu enluarado.

Imagine um frevo sem sombrinha!
A imagem que se vê, igual a minha,
retrata fielmente o que é o fado:

um voo, sob as asas do passado,
num céu em que a saudade ia e vinha.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 03/01/2021
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