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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

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Mitômano

E eis que o sars cov-dois,
quando chegou ao Brasil,
talvez um pouco depois,
pois de fato ninguém viu,
foi-se a puta-que-pariu,
quem duvida que comprove,
com cloroquina e engov
para qualquer emergência,
abocanhando a ciência
com o cão Pavlov.

E a covid-dezenove,
no primeiro de abril,
o dia que mais comove
o mentiroso imbecil
e a matilha do canil,
muito bem condicionada,
a latir para a cagada
do Pavilov sem cão,
enterra a bosta no chão,
de cabeça aliviada.

Até parece piada,
mas é fato conhecido,
que a mentira bem contada
começa fazer sentido.
Pra quem se acha sabido,
a ciência determina:
dejetar pela latrina
da cisterna cerebral,
o pensamento fecal,
para o qual não há vacina.

Pois a fez é vitamina
pro beócio inteligente,
qualquer que seja a patente,
o cadarço da botina,
e da cabeça anserina,
que no passado foi mito:
o  minotauro maldito,
dos labirintos de Creta,
que hoje é bosta concreta
com ar de meteorito.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/01/2021
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