No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Metáfora do estio poético

Algo ofuscou o sol dentro de mim
e sombreou o cio em minha alma!
A dor, entre sorrisos, bate palma
pro estio em que repousa o meu jardim.

A rosa que eu plantei virou capim
e a praga devastou-me a poesia.
Hoje sou um escravo da agonia,
que anuncia o parto do meu fim.

Poeta já não sou, murchou-se a lira!
Só me resta um verso que delira
no inóspito deserto do meu ser:

um verso de amor, um penitente...
qual um botão de flor na minha mente
à espera de um soneto pra nascer.

Por mais louco que possa parecer,
não sei o que escrever daqui pra frente...
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 31/01/2021
Alterado em 05/02/2021
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