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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Metaforismo gramaticida 

O verbo agoniza e traz ao pranto
a dor, a poesia e algo mais...
enquanto o poeta dá sinais
de que não superou seu entretanto.

E mesmo assim, por forças naturais,
a lágrima refaz-se por encanto,
e a dor, que dói agora em outro canto,
desfaz da poesia o algo mais.

Poeta, e poesia, e dor, e pranto...
são mitos cultivados, tanto e tanto,
que hão resistir cada vez mais.

E hão de embalsamar a poesia
e sepultar o verbo que, um dia,
tentou unir o sempre ao jamais.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 06/02/2021
Alterado em 06/02/2021
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