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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Meu coração-cupido

A poesia pediu-me que viesse
no abrir asas da minha saudade,
para dizer-te da felicidade
que no meu coração ora floresce.

Pediu-me que falasse da vontade
que me chafurda fundo o pensamento,
e que me põe a semear o vento,
para colher paixões na tempestade.

Eis-me servil, a mando da Poesia,
em meio a tempestades de paixão.
Trago, a salvo, o escravo coração,
que não soube fugir quando podia.

Meu coração-cupido, hoje em dia,
só bate, e bate, e bate, e bate em vão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 06/02/2021
Alterado em 06/02/2021
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