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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Espúria Ambiguidade

Qual verme repulsivo sequioso
por vegetar preceitos moribundos,
eis o poeta entregue há dois mundos,
não sei qual deles dois mais presunçoso:

o mundo fictício da vaidade,
onde o poeta abraça-se a Narciso
e busca no espelho o paraíso
do ego, que é de si, a divindade?

O falso mundo vil da hipocrisia
que a verve impunemente se apropria,
pra conspurcar a tinta no papel?

Em qualquer dos dois mundos, vão poeta,
a poesia come o que dejeta,
e torna a ruminar o próprio fel.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/02/2021
Alterado em 11/02/2021
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