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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

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Homenagem aos 100 anos de Zé Dantas

"Zé Dantas (1921-1962) foi um compositor, poeta e folclorista brasileiro. Autor de uma série de composições que fizeram sucesso na voz de Luiz Gonzaga e se tornaram clássicos do cancioneiro nordestino, entre elas: Vem Morena, Cintura Fina, Riacho do Navio, A Volta da Asa Branca, Acauã, Sabiá, O Xote das Meninas, Vozes da Seca, Forró de Caruaru, A Dança da Moda... 
Depois de formado médico (em Recife-PE), Zé Dantas mudou-se para o Rio de Janeiro onde fez residência em obstetrícia no Hospital dos Servidores. Posteriormente, foi diretor do mesmo hospital."
(https://www.ebiografia.com/ze_dantas/)


Todas sextas-feiras santas,
Sob o luar do sertão,
Ao som do acordeão,
Gonzaga assuntava Dantas,
Que ficava, até as tantas,
A buscar na melodia,
Junto à farmacologia,
Um lenitivo pra dor.
Foi Zé Dantas um doutor
Na musicoterapia.


Na arte da medicina
Adestrou seu coração.
Ao lado de Gonzagão,
Afinou "Cintura fina",
Deu voz e vez a menina,
Que a puberdade irradia,
E, à ginecologia,
Seu dom de compositor.
Foi Zé Dantas um doutor
Na musicoterapia.


No canto do "Sabiá",
Fez dançar a "Letra i"
E de lá até aqui,
Toca Beethoven em fá,
Também sonatas de Bach
E a nona sinfonia.
E até Ave Maria,
Como soprano ou tenor.
Foi Zé Dantas um doutor
Na musicoterapia.


Na "Volta da asa branca"
Junto ao ronco do trovão,
Compôs e tocou baião,
Sanfona aprumando a anca,
Que até Florbela Espanca,
À luz da lusofonia,
Entendeu o que sentia
O seu sertão sofredor
Foi Zé Dantas um doutor
Na musicoterapia.


Mote:

João Telésforo

Glosa: 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/03/2021
Alterado em 10/03/2021
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