No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Ato consumado

E bate, e pulsa, e chora o coração,
a lágrima que ri... que é de prazer...
E bate e pulsa até não mais querer,
posto à mercê de ti, em comunhão...

Tu és minha rainha do senão,
do faz-de-conta, assim: eu sou um rei
escravizado, enfim, por uma lei,
que prende o tino e livra o coração.

E bate, e pulsa, e chora de paixão,
o choro convulsivo e sem razão,
que sangra gota à gota, lado a lado...

Uma paixão que é pura e verdadeira,
que bendissera a lágrima primeira,
depois de ter hímen perfurado.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/03/2021
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