![]() O novo velho
O novo velho ladrão, que conta com mais um dedo, esconde a corrupção na caixinha de segredo do seu dileto Queiroz , o antigo pota-voz, que ficou mudo de medo. O novo avô do centrão, que jamais entrou na linha, um larápio de tostão, vulgar ladrão de galinha, a roubar, de grão em grão, construiu o seu quinhão às custas da rachadinha. Enquanto a plebe caminha, com ansiosa emoção, rezando o salve-rainha à espera do feijão, a turba ensaia o grito: mito! mito! mito! mito!... manda chuva pro sertão. E o falso deus ergue a mão na benção da cloroquina, e oferce à multidão como se fosse vacina. Reza uma reza ligeira e emenda uma besterira, pra não sair da rotina. E ao dobrar a esquina onde o velho encontra o novo, vai botando vaselina na retaguarda do povo, pra quando enfiar o falo da cabeça até o talo não deixar fora um só ovo. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/03/2021
Alterado em 17/03/2021 Copyright © 2021. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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