![]() Cirque du Soreil
O circo, em reunião, No calor da pandemia, Ecoa a hipocrisia Da tosse do capitão, Em nome da união Entre a bala e a milícia E da subreptícia Nova ordem do messias, Que pleiteia serventias Aos federais da polícia. Às ordens, meu capitão! O rebanho, encurralado, Aplaude ou fica calado, Pelo sim ou pelo não. E até o vice, Mourão, Que tem o Moro ao se lado, Como um velho e bom soldado, Fica mudo e reticente, Pois bom vice-presidente Costuma esperar sentado! E como diz o ditado, Água mole em pedra dura, Tanto bate até que fura, Seu lugar tá reservado. É só engordar o gado, Por mais capim na cocheira, Se agachar na trincheira E ver a banda passar... Depois tomar o lugar E ocupar a cadeira! Pois governo em fim de feira É como bosta no mar: Pra onde a onda levar, Seja dura ou caganeira, A danada segue e cheira, O rastro do cagador. Seja a bunda de quem for, Qualquer que seja a patente, Segue a maré, simplesmente, Como um santo no andor. Valei-me nosso senhor! Valei-me nossa senhora! Será que chegou a hora Da bosta mudar de cor? Peço vênias ao leitor. Peço vênias à leitora. Até mesmo à editora Que publicar meu cordel. Que Deus nos mande co céu, A salvação da lavoura! Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/03/2021
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