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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A flauta mágica (reedição)

Ao longe, bem pra lá do infinito,
a flauta dá um fino assobio,
como fosse um sussurro no vazio,
que tenta, a qualquer custo, ser um grito.

Um riso de prazer, um olhar contrito...
uma carícia em busca de um seio,
à espera do amor que nunca veio
e que jamais virá, como acredito.

Ao longe, bem pra lá do infinito,
já se pode então ouvir o grito,
que não morreu sussurro, por um fio.

E quando a flauta grita sem receio...
a carícia, enfim, afaga o seio
e deixa a poesia entrar no cio.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/03/2021
Alterado em 28/11/2021
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