No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Desafinado desatino (da oficina)

Olhos castanhos qual camaleão,
nariz traquino qual tamanduá,
voz afinada entre Ré e Fá,
orelhas de quem presta atenção.

Um ar de recatada educação,
andar macio bem descontraído,
cabelos, alguns anos já vividos,
caídos sobre o pomo de Adão.

Assim eu era quando a conheci:
um mago, um sorriso ambulante...
o corpo um tanto esguio, aconchegante,
com o viço que, enfim, também  perdi.

Agora eu desafino em Sol e Si,
enquanto ela procura um novo amante.
E bem, provavelmente, neste instante,
desdenha destes versos, por aí...
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/06/2021
Alterado em 14/06/2021
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