No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Cenas de terror

No último delírio, inda em vida,
Zirta reinventou seu Jeremias,
materializando as fantasias
que há muito ela quedara esquecida.

O corpo seminu, unhas compridas...
A lingerie vermelha no espelho...
Um copo de uísque, um pentelho...
Os cachos de cabelos, as feridas...

A voz pasteurizada da loucura
a descrever a vil caricatura,
que a mente rabiscou em seu delírio.

Somente a morte (muda testemunha),
qual um esmalte a realçar a unha,
veio aplaudir, de pé, o seu martírio.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/08/2021
Alterado em 28/11/2021
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