No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Paixão selvagem (reedição)

A noite trouxe as garras da pantera
e um rosnar sutil ao meu ouvido!
Seu corpo sedutor e seduzido
minou, com mansidão, a longa espera.

Os seios, dois botões na primavera,
roubaram, da paixão, todo o vicejo,
enquanto a boca, prenhe de desejo,
fazia-me refém da bela fera.

O amor, porto seguro da paixão,
livrou-se das comportas da razão
e misturou-se às águas da loucura.

Não fosse a manhã bater à porta
e restaria, além da fera morta,
um vão poeta em transe de ventura.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 01/09/2021
Alterado em 01/09/2021
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