No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Emigrante

E lá se vai o pobre emigrante,

Perdido nas veredas do destino:

Um jegue, um cachorro, um menino...

Uma mulher um pouco mais adiante.

 

Um lago de suor, o sol a pino...

Um pranto a consolar o pensamento;

Um soluço que foge com o vento,

Pra bem longe do solo nordestino.

 

E lá se vai, levando a esperança

De encontrar, por onde a vista alcança,

Onde possa encostar a sua fé.

 

E quando a vista, enfim, se emaranha,

Enxerga, à distância, uma montanha,

E roga que ela vá a Maomé.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/11/2021
Alterado em 02/02/2022
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