No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Bucolismo de Natal

 

Uma penca de coco babaçu

Ressecada ao sol do meio-dia...

Um pedaço de pau, sem serventia...

Um moleque de roça, seminu...

 

Um mugido de boi na vacaria...

O gorgolejo triste do peru...

Se a morte entendesse o glugluglu,

Sabe Deus se, com pena, o pouparia.

 

Um menino no colo de Maria...

Um peão esquentado a boia fria...

Alguns pingos de chuva na lavoura...

 

Uma reza no fundo do quintal,

Pra lembrar que era dia de Natal,

E alguém se lembrou da manjedoura.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/12/2021
Alterado em 04/12/2021
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