No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Lembrança de um saco de pipoca 

E lá estava o saco de pipoca

Manchado de batom, ou coisa assim.

De longe, parecia rir de mim,

Ou duma impertinente muriçoca

 

Que flertava as flores do jardim.

E era carnaval naquele dia!

E o saco de pipoca não sabia,

Mas tudo nessa vida tem seu fim.

 

Nesse exato momento veio um vento,

Que parecia ler o meu intento,

E o levou, ninguém sabe pra onde.

 

E era carnaval naquele dia!

Então eu perguntei à poesia,

Que sabe onde ele está, mas não responde.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/12/2021
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