No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O ocaso do amor em recital 

Foi-se a última nota musical

rangendo em dissonante sofrimento!

Um Si bemol, acorde posto ao vento,

anunciando o fim do recital.

 

A partitura enverga-se ao final!

Resta, à última clave, a solidão

do lugubre sepulcro da canção,

como fosse um enfermo terminal.

 

Foi-se a última dor duma paixão!

Um Si bemol, em busca do destino,

atrás do rastro amargo do refrão,

 

como o mugir de dor do violino,

que parece carpir, no violão,

a verve dum soneto alexandrino.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 30/12/2021
Alterado em 30/12/2021
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