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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Teorema da paixão

De mais de dois mil beijos que lhe dei,

um beijo apenas dei apaixonado.

E esse beijo nunca mais foi dado

nas muitas outras bocas que beijei.

 

O beijo foi um xis, posto ao quadrado,

no ene infinito do desejo.

E assim, na matemática do beijo,

o beijo é o amor simplificado.

 

Pitágoras mostrou em teoremas,

o que poetas mostram em sonetos:

um trígono ostenta a hipotenusa

 

como os catorze versos dos sonetos

elevam a paixão por uma musa,

à soma do quadrado dos catetos.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/01/2022
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