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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Coração-poeta
Este seu coração, velho de guerra,
que sacode avexado, sem descanso...
já foi bruto e cruel, agora é manso
como a luz do luar ao pé da serra.

Já não morre de amores pela terra
ou paixão pela alma mais amada.
Calejou-o, coitado, a longa estrada
das paixões e amores que ele encerra.

Esta bomba pulsante e musculosa,
carne quente e vermelha, cor-de-rosa,
que se contrai  no peito, à revelia.

Hoje verte seu sangue, a bel-prazer,
nas entranhas sombrias do seu ser
como um rio num mar de poesia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/01/2022
Alterado em 14/01/2022
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