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Coração-poeta
Este seu coração, velho de guerra,
que sacode avexado, sem descanso... já foi bruto e cruel, agora é manso como a luz do luar ao pé da serra. Já não morre de amores pela terra ou paixão pela alma mais amada. Calejou-o, coitado, a longa estrada das paixões e amores que ele encerra. Esta bomba pulsante e musculosa, carne quente e vermelha, cor-de-rosa, que se contrai no peito, à revelia. Hoje verte seu sangue, a bel-prazer, nas entranhas sombrias do seu ser como um rio num mar de poesia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/01/2022
Alterado em 14/01/2022 Copyright © 2022. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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