No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Bar, doce bar!

Bêbedo, totalmente embriagado,

Meu coração batia sem compasso.

O bar jogava iscas, como laço,

E eu seguia à risca, como gado.

 

O bar, um palacete assobradado,

Lembrava o Matogrosso e o Joca:

Um misto de cupim e muriçoca

Pra uma freguesia pé-rapado.

 

Um violão calado, um mau-olhado...

Um copo de conhaque abadonado...

Um toco de cigarro, ainda aceso...

 

Um garçom que aguarda os dez por cento...

Uma fila à espera de assento,

Pra ganhar o perdão de contrapeso.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 21/01/2022
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