No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Auto-penitência

O poeta diz coisas tão estranhas,

E aparentemente sem sentido,

Que leio, e releio, e duvido

Se entendi direito as artimanhas.

 

Poeta é um bicho parecido

Com gato preto, à sombra, no escuro.

Me deixa quase sempre inseguro,

Com medo de não tê-lo entendido.

 

E se eu for poeta? Eis a questão!

Eu peço a quem me lê o seu perdão,

Acaso diga coisas sem sentido.

 

Não leia, por favor, as entrelinhas,

Pois suas incertezas, como as minhas,

Me deixam tristemente constrangido.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 20/03/2022
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras