No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

As primícias do amor

Douravam-lhe, as nalgas ondulantes,

o corpo acinturado de donzela.

Os grandes lábios a falar por ela,

em língua gaga e balbuciante.

 

Senti, na eternidade do instante,

como um ruflar, o adeus da virgindade,

e um choro rubro de felicidade

a colorir-me o púbis de amante.

 

Seus seios rijos a lamberem os meus;

a boca emudecida pelo adeus;

a mão silente a despertar libido...

 

Eram a prece ofertada a Deus,

anunciando o amor que ora nasceu

do gozo que pariu o seu gemido.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 25/03/2022
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