No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Cinegrafia do ciúme
O tango na vitrola, a noite fria...
Um vulto de mulher sobe a escada.
À mesa, uma bebida derramada;
um bêbado com fácies de orgia.

Um lenço de papel, a poesia...
Um vulto de alguém sobre a sacada.
À mesa, uma arma carregada
e o ódio tem a mão por companhia.

O cabaré parece não ver nada!
O tango tange a noite esfumaçada
por entre os pigarros e supiros.

O sangue tinge o chão da madrugada;
o bêbado vomita na calçada,
enquanto o tango abafa o som dos tiros.


Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/11/2007
Alterado em 17/12/2007
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