No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

De erro em erro, vai-se descobrindo toda a verdade.

Freud

O Id cego

O meu primeiro erro, ainda ecoa

No fundo de min'alma, incontrito.

Um erro que levou-me ao infinito,

E construiu em mim outra pessoa.

 

Errei ao desdizer o que foi dito

Por Freud, no seu livro, sobre sonho.

Um verso, que até hoje, eu suponho,

Jamais eu deveria ter escrito:

 

Um verso, uma metáfora vazia

Que veio num soneto, à revelia,

Em que o Ego, o Id, o Superego...

 

brigam por um espaço em minha pena.

E eu, ao descrever tão triste cena,

insinuei que o Id fosse cego.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 16/07/2022
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