No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Clichês surrados

Ao morrer de amor, o coração

Ao invés de parar, bate outra vez!

E bate com tamanha rapidez,

E bate com tamanha precisão,

 

E bate a procurar tantos porquês,

E bate a meditar tantos senões,

E bate atrás de outros corações:

Do meu, do seu, do nosso, o de vocês...

 

Ah! como é bom morrer sem sentir dor,

A velha e triste rima do amor,

Que o poeta joga em qualquer canto.

 

Em que pese o clichê já tão surrado,

Nas curvas do presente e do passado,

O amor, quando doi, afoga o pranto.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/09/2022
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras