No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Fabela do corvo e a raposa

No alto... estava um corvo indolente
a preparar faustosa refeição:
uma lasca de queijo parmesão
furtada de um menino displicente.

Quando a raposa veio, de repente,
e pôs-se a desmanchar-se em elogios:
—Oh! como é belo o teu cantar macio!
—Que bela pluma negra, reluzente!...

—Canta pra que o mundo te aplauda!
O corvo abre o bico, eleva a cauda
e emite um corvejar de assombração.

Cai-lhe do bico, o queijo, nessa hora,
quando a raposa come, vai embora...
e ensina ao corvo mais uma lição:

por cima da vaidade há um ladrão,
capaz de ver o sol antes d'aurora.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 01/12/2007
Alterado em 24/04/2021
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