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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Mote

A vida dá o mote, a poesia

Dá apenas a glosa ao poeta,

Enquanto o soneto se completa

E outorga, ao poeta, a autoria.

 

Rimar é como andar de bicicleta,

A pedalar o nunca e o jamais.

Ou pôr as consoantes e vogais

No sentido do verso, em linha reta.

 

A vida dá o mote, o soneto

Apenas cede o rijo esqueleto

Pra que a poesia siga avante.

 

E vai de verso em verso, junto à glosa,

Levar o beija-flor até a rosa,

E o beijo até a boca da amante.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/11/2022
Alterado em 16/11/2022
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