No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O Eu poético

O Eu da poeisa não sou eu,

Mas uma metonímia de mim.

Como quem lê Burke e Bakunin,

E ora é crente, e ora é ateu...

 

Portanto quando o verso diz que eu

Sou isso, sou aquilo, sou assim...

Não fala na verdade o que é de mim,

Ainda que o verso seja meu.

 

O Eu da poesia é um estranho,

Que tem a minha cor, o meu tamanho...

E cabe nos limites do meu ego.

 

Mas não sou eu de fato, simplesmente,

Embora eu possa ser o que ele sente

Nas coisas que acredito ou que renego.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/12/2022
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