No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Fabela da rosa e o espinho
Um dia uma flor, bela e formosa,
tentou  menosprezar o seu espinho:
—Que fazes tu aí no meu caminho!?
—Não vês que não perfumas como rosa!?

Caía a tarde, um tanto preguiçosa,
tangendo o perfume pro ocaso.
E a rosa continua o pouco caso,
tolhendo, o espinho, presunçosa.

Um velho beija-flor-bico-vermelho
olhou pra rosa e deu-lhe um conselho:
—Tu deves ao espinho gratidão...

—Verga teu talo, em tom de reverência...
—Não fosse essa discreta saliência
  e tu não passarias de um botão.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 07/12/2007
Alterado em 08/12/2007
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