No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Monólogo do seio direito.
Vivo a desmamar cruel saudade
de quando, junto a ti, compadecia...
Eu fui indene à patogenia
que mutilou bem mais que a vaidade.

Eu vi o sangue encher a cavidade!
Eu vi murchar o pomo ao meu lado!
Eu vi um viço inteiro sepultado,
depois de anos de cumplicidade!

Eu sou, dos dois, a túmida metade
que soma o percentil de morbidade
nas estatísticas do sofrimento.

Por um acaso, o seio direito,
que, hoje só, aplaca o preconceito
e a ador que ora sozinho amamento.







Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/01/2008
Alterado em 06/01/2008
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