Cale-seCala o filho da outra sem direito. Cala a mãe do filho abandonado. Cala por sob a mira do soldado. Cala por não poder falar seu preito.
Cala o poema nunca recitado. Cala o coração dentro do peito. Cala por não saber falar direito. Cala porque se impõe ficar calado.
E eu, filho da santa, também calo, Até que possa ouvir cantar o galo, Ao descer do poleiro, em liberdade,
Cucuricando, em paz, a Poesia. Só não se cala um filho de Sofia Nem mesmo que, à Força, desagrade. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 30/06/2024
Alterado em 03/07/2024 Copyright © 2024. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |