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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A morte poética

O verso, em agonia, sentencia

À morte um poeta inocente.

A poesia grita em tom clemente:

Não! Deixem viver por mais um dia!

 

A morte vai chegando lentamente,

Como se fosse um trem ao fim da linha.

E mesmo que não sente que ela vinha,

Espera ver o trem na sua frente.

 

O verso já morreu, restou saudade!

A poesia fita a eternidade

E diz solenemente: não morreu!

 

O poeta duvida, então se cala.

E um pouco mais tarde solta a fala

E pergunta pra morte: quem sou eu?

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/03/2025
Alterado em 10/03/2025
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