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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O olho cego de Camões

Camões perdeu um olho a espiar,

Pelo buraco de uma fechadura,

Uma musa inda verde, outra madura,

Num momento funesto de azar.

 

Uma musa era linda, uma pintura!

A outra, uma pintura desbotada !

Camões lembrou Inês, não disse nada...

Mas carpiu um soneto àquela altura.

 

Camões perdeu um olho, todavia

Jamais deixou de ver a poesia,

Tampouco os belos olhos de Inês.

 

Dizem, que olho cego de Camões

Enxergava à distância os corações,

Que falavam latim e portugês

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 12/04/2025
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