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Poeta sem musa
Ontem dormi poeta, mas não acordei. Se tive algum sonho esqueci na cama! E lá se vem você dizendo que ama, como se fosse a dama que coroa o rei. Hoje, se não dormi, também eu não sonhei. Se vi alguma luz, perdi na escuridão! E lá se foi você ditando a paixão, como se fosse a mão que interpõe-se à lei. Como não sou, de fato, um rei ou um poeta, eu vivo a esconder minha paixão secreta nos versos dos sonetos que eu tento em vão rimar a poesia que dorme comigo e rouba-me do sono o sonho mais antigo, que teima em enganar meu pobre coração.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 26/01/2008
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