Estrada

Na estrada do céu há uma escada,

De milhões de degraus, só de subida.

E uma estreita rua, sem saída,

Pra quem tem, com satã, hora marcada.

Há também um atalho, pra descida,

Daquele que subiu por outra estrada.

Uma ladeira curva, esburacada...

Onde um rato procura por comida.

Esta estrada, em que mora um cão vadio,

Que cansou de latir ao sentir frio,

Também mora um poeta sem guarida.

Um poeta que corre atrás do rato,

E divide com ele o mesmo prato,

Que caiu da escada na descida.