![]() A filosofia segundo Zé LimeiraPlatão se escondeu numa caverna, A mesma em que Sócrates nasceu, E também o famoso Odisseu, Que viveu, com Homero, a vida eterna. Sócrates era coxo duma perna, Mas andava sozinho mundo afora, Um dia abriu a caixa de Pandora, Atrás de uma rima pra Raimundo. Não encontrou Drummond, no vasto mundo, E vive a procurá-lo até agora.
Nietzche, que sempre vem fora de hora, Chegou logo dizendo: "Zeus morreu." E pôs tudo na conta do Abreu, Por ter dado a palavra de penhora. Zé Limeira, até hoje, ainda chora. Ao saber dessa morte repetina, Foi encontar com Nietzche na esquina, No clube de Lô Borges e Bituca, Em meio ao violão e a sinuca, E tudo o mais que música ensina.
Limeira introduziu a cajuína Na vã filosofia hodierna, Junto a Hegel, que inda hoje hiberna, Num Velho botequim de Teresina. Caetano, e sua verve cristalina, Que teve Torquato Neto como amigo, Compôs, junto com Kant, um samba antigo Que Descartes, de pronto, descartou: " Só sei que nada sei", mas sei que sou Bem mais do pensei que não consigo.
Finalmente, Limeira deu abrigo Aos versos de cordel de Patativa, E pode, certamente, manter viva A paixão entre o dedo e o umbigo, Ainda que corresse algum perigo De encontar alguns onfalolitos. Chaplin, com chapéu cuco de Carlitos, Se encontrou com Einstein na Ribalta E disse a Zé limeira em voz alta: PREFIRO FRANCIS BACON E OVOS FRITOS!
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 24/05/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
|