No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Os poetas, porém, são por demais mentirosos.

(Nietzsche)

 

Poeta de verdade

 

Quando escrevo mentiras, eu não minto,

Pois a mentira abraça a poesia,

E a poesia finge, enquanto guia

Seus versos no eterno labirinto.

 

Quando escrevo verdades – quem diria! –

Eu minto, e finjo, e nego ser poeta,

Enquanto a poesia objeta

O verso que pariu a sua cria.

 

– Poeta? Eu pergunto à minha lira!

Se há verdade oculta na mentira,

Será que há mentira na verdade?

 

– Pergunte à poesia – me responde –,

Acesse o labirinto pela fronde

Da árvore que tenha ubiedade.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/07/2025
Alterado em 17/07/2025
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