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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A mente do poeta

é um regaço,

Que serve à poesia de abrigo,

Capaz de fazer pão sem ter o trigo

E de ir na luz do sonho pelo espaço.

 

A mente do poeta é um castigo

Que Deus impôs ao homem sem pecado,

Pra ser um pecador alucinado

Por tudo que há de novo no antigo.

 

A mente do poeta é um moinho,

Capaz de transformar a uva em vinho,

Sem precisar sequer de levedura.

 

A mente do poeta é tão estranha,

Que dorme no poeta quando sonha

E acorda nos dois braços da Cultura.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 24/07/2025
Alterado em 25/07/2025
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