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Renascer
Sorvi o último trago do poema
já no ocaso da minha inspiração! Como um pobre diabo, eu caí no chão, esvaziando, do peito, o enfisema. Beijei a última boca de paixão sob a aurora da minha decadência! Como um deus, a esnobar sua clemência, fiz esvaziar todo o meu coração. Hoje, poeta, eu bebo em minha boca, de trago em trago, esta vontade louca de transformar todo o mundo em poesia. Encher-me o enfisema com ar tão puro; erguer-me um outro homem, já maduro, que esqueceu de tudo o que sabia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/12/2005
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