No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Renascer
Sorvi o último trago do poema
já no ocaso da minha inspiração!
Como um pobre diabo, eu caí no chão,
esvaziando, do peito, o enfisema.

Beijei a última boca de paixão
sob a aurora da minha decadência!
Como um deus, a esnobar sua clemência,
fiz esvaziar todo o meu coração.

Hoje, poeta, eu bebo em minha boca,
de trago em trago, esta vontade louca
de transformar todo o mundo em poesia.

Encher-me o enfisema com ar tão puro;
erguer-me um outro homem, já maduro,
que esqueceu de tudo o que sabia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/12/2005
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