No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto nascituro (menção ao texto "A ressaca do dia primeiro de 2006" de Lílian Maial)
Na varanda, a lâmpada queimada,
como uma sombra na escuridão,
produzia a nítida impressão
de que já percorrera aquela estrada.

Alma em vigília, inda que cansada,
desfez em letras sua solidão;
dançou ao som da chuva e do trovão
até achar seu par na madrugada.

Então compreendeu que era amada,
e que apesar da lâmpada apagada,
o dia, a todo custo, nasceria...

e inundaria a casa com seu brilho,
como se a noite desse à luz ao filho
que ela, sozinha, amamentaria.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/01/2006
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