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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A morte e o poeta

-Vim buscar-te, poeta, já é hora!
Não há clemência a volta etá completa!
Escolhe a poesia predileta...
Prepara-te, pois vou levar-te embora.

-Não poderias vir em outra hora?
Argumenta o poeta, já aflito.
Tem um poema ainda não foi escrito!
Me deixa, pelo menos por agora!

-Viveste em poesia toda a vida!
Minha missão terá de ser cumprida;
não te concedo mais um só minuto.

Eis que o poeta, ao fim da agonia,
ainda pôde ver a poesia
carpir verso o triste do seu luto.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 26/01/2006
Alterado em 24/01/2024
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