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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Conceptismo

Nem só de poesia vive um poeta,
mas do suor profuso ao laborar a pena
para tornar a dor do parto mais amena
enquanto o embrião da musa se completa.

Não há uma só musa, mesmo a mais secreta,
que à boca do poeta não lhe roube a fala
e quanto mais lhe tente, mais o peito cala
e quanto mais calado mais a dor aperta.

Nem só de um poeta vive a poesia,
mas de cada detalhe que a arte cria
ainda que ele seja um ponto no infinito.

Poeta e poesia somam, simplesmente,
um pouco mais de dor àquela dor premente
que faz, da criação, o mundo ouvir o grito.
 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 18/03/2011
Alterado em 23/05/2021
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