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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Autocatarse

Eu sou meio poeta, meio gente.
Metade igual, metade diferente;
uma normal, outra defectiva.
Eu sigo uma via alternativa

para sobreviver à realidade:
faço de conta que sou a metade
que vive a poesia, alienada.
Eu sou quase poeta, um quase nada,

que vez por outra tem a ousadia
de ser poeta e gente de uma vez.
E quando minha insana sensatez
transforma uma metade em poesia,

minha metade gente balbucia
os versos tolos que a outra fez.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 16/04/2011
Alterado em 20/07/2019
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