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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Aflição de um menestrel

Há muito não escrevo um cordel,
mas hei de escrever (eu me prometo),
pois que o cordel namora o soneto,
como o lápis namora o papel.

E há, no sonetista, um menestrel
e há, no menestrel, um sonetista,
pois são duas versões do mesmo artista
e cada uma, à outra, é fiel.

Há muito um cordel não me procura,
mas hoje ao olhar a noite escura,
(sequer uma estrela há no céu)

tento chegar ao fim deste soneto,
a esperar que a chave do terceto
consiga abrir as portas do cordel.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 26/03/2012
Alterado em 15/09/2021
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