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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Meu bem-querer

Não sei o que te dar, minha querida!
Quiçá minha "barriga-travesseiro"
ou a saudade antiga, como o cheiro,
de tanto que te amei por essa vida.

Meus vícios são teus beijos de partida
atrás de algum poeta alienado.
Meus sonhos são teus sonhos acordados
pela inveja torta doutra vida.

Eu vivo, qual canino, pela rua,
a mendigar por tua carne nua,
à espera de tornar-me um joão ninguém:

Aquele vagabundo, aquele cara,
que há de se esconder, qual jóia rara,
até meu bem-querer me querer bem.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/04/2012
Alterado em 08/01/2021
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